Essential book: abril

Demorou, mas chegou ♡

O mote do tema abril é uma data histórica: o dia do descobrimento do Brasil. Mas claro que a gente adaptou para o projeto: a essência da descoberta

O tema casou perfeitamente com o primeiro livro que li no mês, que é uma autobiografia / tributo. 

Escolhi Sua voz dentro de mim, da Emma Forrest. No livro, a Emma relata sobre seus problemas psicológicos (depressão, automutilação e bulimia), enquanto faz uma homenagem ao seu psiquiatra, que acabou falecendo depois de oito anos em consultas com ele. 

A leitura é bem agradável, apesar dos temas bem fortes. É meio lírica, poética e muito intimista. Por muitos quotes me lembrarem eu mesma, especialmente sobre a questão da depressão, fiquei muito grata por ter conhecido essa história de vida que partilha dor, medo e descoberta. 

Desde o começo, a autora se refere a uma pintura: Ofélia. Apesar de eu já ter estudado História da Arte, eu não consegui pegar a referência de cara. Mas depois, pesquisando, soube quem era Ofélia. Ela foi pintada por John Everett Millais e representa a namorada suicida de Hamlet. A capa do livro, aliás, é uma referência à pintura (confira aqui).

A autora se diz fascinada por Ofélia, ao mesmo tempo que tem muito medo de que seu fim seja igual ao dela. Então, mesmo adolescente, o leitor já sabe que há algo muito pesado acontecendo em seu psicológico.

Esse quote exprime muito da angústia em que a autora vive mergulhada. É o meu quote preferido do livro, porque eu sinto a mesma dor que ela sente, essa coisa de não conseguir respirar direito, como se tivesse alguém apertando a gente até querer nos esmagar.  

A autora leva muito tempo para começar a entender o que sente e por que sente toda a angústia que carrega. Apenas depois de algumas tentativas de suicídio é que algumas respostas começam a vir, e muito se deve ao psiquiatra dela.

Gosto muito dessa frase, porque é poética, mesmo que esteja atrelada a um trecho bem desesperado.

Também gosto muito dessa frase, porque ela é muito real. Quem não convive ou quem entende pouco sobre saúde mental, pode achar que os neuroatípicos são preguiçosos, irresponsável e que não sabem se comprometer com as coisas, mas a verdade é que muitas vezes a gente não faz ou as faz muito lentamente porque estamos fazendo como podemos, mesmo que nem queiramos fazê-las. É sempre bom lembrar que a depressão (e outros transtornos psicológicos) não são uma desculpa.

Emma diz que não sabe lidar com os sentimentos diários, ou seja, pra ela é muito mais difícil sobreviver dia após dia do que depois de um trauma específico. E acho que isso faz todo o sentido, porque, se ela suporta tanta coisa todos os dias, quando lhe acontece algo específico, é apenas mais uma coisa com a qual tem de lidar. 

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Descobrir sobre saúde mental sempre pode ajudar quem convive com você:

Descobrir sobre a sua saúde mental é ganhar um pouco de qualidade de vida. 

Descobrir a ajuda profissional é sempre muito bom. Vai parecer bem difícil no começo, especialmente porque queremos as respostas tudo de uma vez, mas o ideal é receber um acompanhamento cuidadoso e prolongado (claro, sempre dependendo da sua história de vida). Apesar de essa lhe parecer a melhor solução, não vá embora agora 

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Confira as fotos do tema de março AQUI.

Love, Nina :)

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Editado por Alice Gonçalves . Tecnologia do Blogger.